Fomos conhecer o Museu do Papel em Terras de Santa Maria
O Museu do Papel Terras de Santa Maria constitui o primeiro espaço museológico dedicado à História do Papel em Portugal, inaugurado em Outubro de 2001 em Paços de Brandão, era um dos museus que estava nos nossos planos visitar e hoje foi o dia de o irmos descobrir.
Não é muito fácil dar com o museu, até porque o Gps mandava-nos por estradas que agora são de sentido proibido e que o mesmo não reconhece.
O edifício é muito bonito, fomos recebidos com extrema simpatia pela D.Cristina Silva que foi uma excelente guia embora tenhamos feito a visita livre, que agora e até ao final do mês de Outubro é de entrada gratuita, pode fazer-se a visita guiada mas tem de ser marcada com antecedência.
Subimos ao primeiro piso onde fomos ver a exposição temporária do artista da terra Rui Sousa onde somos surpreendidos pelas marionetas elaboradas pelo mesmo e que são de uma beleza incrível. "Rui Sousa 20 Anos de Marionetas" uma exposição que vale a pena ir ver.
Fomos orientados pela D.Cristina que nos deu um audio guia onde além de nos dar a conhecer o processo do fabrico do papel, nos conta também a história deste museu fundado nas antigas fábricas junto ao rio Maior, ambos os edifícios são muito bonitos e inseridos numa paisagem singular que nos deixou a todos encantados.
"O Museu do Papel integra no seu espaço, duas antigas fábricas de papel, do início do século XIX: Antiga Fábrica de Papel de Custódio Pais e antiga Fábrica de Papel dos Azevedos.
Não foi a primeira nem a única sociedade papeleira das Terras de Santa Maria, nos séculos XVIII e XIX, mas foi a única que teve uma mulher como sócia fundadora. Chamava-se Lourença Pinto e era natural de Paços de Brandão.
Num contexto rural de início do século passado, Lourença Pinto, apesar de analfabeta, não temeu entrar no mundo da indústria, até aí liderado unicamente por homens.
Em 1822, estabeleceu sociedade com Joaquim de Carvalho, mestre papeleiro, transformando os moinhos de cereal que possuía no lugar de Riomaior, em Paços de Brandão, num engenho de papel de características proto-industriais. Com uma produção condicionada ao volume das águas do rio que alimentava a roda hidráulica, e com uma mão-de-obra escassa e familiar, surgiu assim o Engenho da Lourença."
in " Museu do Papel das terras de Santa Maria
Do primeiro edifício saímos para a zona exterior que nos deixou completamente rendidos à beleza do lugar, no segundo edifício estava novamente à entrada a D.Cristina para nos orientar na visita e que amavelmente nos mostrou como se fazia uma folha de papel, ficamos mesmo admirados não fazíamos ideia do processo, tão simples e ao mesmo tempo tão complexo.
Neste edifício podemos ver todo o processo do papel desde o início até ao fim e devo dizer que é simplesmente fascinante.
Os miúdos e nós adoramos a visita e o que aprendemos ali, a simpatia com que fomos recebidos, sem dúvida dos mais bonitos museus que já visitamos até hoje.
Recomendamos mesmo a visita ao museu que abriu portas novamente este mês e que cumpre todas as regras de segurança.